Contos e Lendas

Lendas do Brasil

O Boto Cor de Rosa


Acredita-se que nas noites de lua cheia próximas da comemoração da festa junina o boto cor-de-rosa sai do Rio Amazonas se transforma em metade homem e continua em condição de boto na outra metade do corpo.
Muito atraente e com um belo porte físico, o boto sai pelas comunidades próximas ao rio, encanta e seduz a moça mais bonita. O belo rapaz usa sempre um chapéu para esconder sua condição de metade homem e metade boto.
O belo rapaz leva as moças até a margem do rio e as engravida. Ao engravidá-las, o rapaz volta a ser um boto cor-de-rosa e a moça volta a sua comunidade grávida.
Por esse fato, as pessoas que vivem em comunidades próximas aos rios onde habitam os botos cor-de-rosa o comem acreditando que ficarão enfeitiçadas por ele pelo resto da vida. Acredita-se também que algumas pessoas que comem a carne do boto ficam loucas.

A lenda do boitatá


A lenda do boitatá foi criada pelo padre José de Anchieta, onde descreveu o boitatá como uma gigantesca cobra de fogo ondulada, com olhos que parecem dois faróis, couro transparente, que cintila nas noites em que aparece deslizando nas campinas e na beira dos rios. Diz a lenda também que o boitatá pode se transformar em uma tora em brasa, para assim queimar e punir quem coloca fogo nas matas. Diz a lenda que quem se depara com o boitatá geralmente fica cego, pode morrer ou até ficar louco . Assim, quando alguém se encontrar com o boitatá deve ficar parado, sem respirar e de olhos bem fechados. Como a maioria das lendas e crendices populares que são passadas de geração em geração através do “ouvir e contar”, a lenda do boitatá sofreu algumas modificações, sendo que em muitas partes do Brasil a lenda é contada de forma diferente. Em Santa Catarina, por exemplo, o boitatá é descrito como um touro de "pata como a dos gigantes e com um enorme olho bem no meio da testa, a brilhar que nem um tição de fogo".
A Iara


A Iara é uma lenda do folclore brasileiro. Ela é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é morena, possui cabelos longos, negros e olhos castanhos.

A Iara costuma tomar banho nos rios e cantar uma melodia irresistível, desta forma os homens que a vêem não conseguem resistir aos seus desejos e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar para o fundo do rio qualquer homem que ela desejar se casar.

Os índios acreditam tanto no poder da Iara que evitam passar perto dos lagos ao entardecer.

Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, a melhor da tribo e recebia muitos elogios do seu pai que era pajé.

Os irmãos de Iara tinham muita inveja, resolveram matá-la à noite enquanto dormia. Iara que possuía um ouvido bastante aguçado, os escutou e os matou.

Com medo da reação de seu pai, Iara fugiu. Seu pai, o pajé da tribo, realizou uma busca implacável e conseguiu encontrá-la, como punição pelas mortes a jogou no encontro dos Rios Negro e Solimões, alguns peixes levaram a moça até a superfície e a transformaram em uma linda sereia.


O Saci-Pererê


O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil.

O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.

Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.

Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho.

A principal característica do saci é a travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas, muito moleque ele acaba causando transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.

Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos.

Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa.

Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.


Negrinho do Pastoreio


É uma das lendas mais populares do Brasil, principalmente na região sul. Diz a lenda que um fazendeiro ordenou que um menino, seu escravo, fosse pastorear seus cavalos. Após um tempo, o menino voltou e o fazendeiro percebeu que faltava um cavalo: o baio. Como castigo o fazendeiro chicoteou o menino até sangrar e mandou que ele fosse procurar o cavalo que faltava. O garoto conseguiu achar baio, porém não conseguiu capturá-lo, então, o fazendeiro o castigou mais ainda, prendendo-o em um formigueiro. No dia seguinte, o fazendeiro se deparou com o menino sem nenhum ferimento, a virgem Maria do seu lado e o cavalo baio. Após o fazendeiro ter pedido perdão, o menino nada respondeu, montou em baio e saiu a galope.

 
A mula-sem-cabeça


A mula-sem-cabeça é uma lenda do folclore brasileiro, a sua origem é desconhecida, mas bastante evidenciada em todo Brasil.

A mula é literalmente uma mula sem cabeça e que solta fogo pelo pescoço, local onde deveria estar sua cabeça, possui em seus cascos, ferraduras que são de prata ou de aço e apresentam coloração marrom ou preta.

Segundo alguns pesquisadores, apesar de ter origem desconhecida, a lenda fez parte da cultura da população que vivia sobre o domínio da Igreja Católica.

Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro, desta forma as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça.

Segundo a lenda, o encanto somente pode ser quebrado se alguém tirar o freio de ferro que a mula sem cabeça carrega, assim surgirá uma mulher arrependida pelos seus “pecados”.

A lenda da vitória-régia


A lenda da vitória-régia é muito popular no Brasil, principalmente na região Norte. Diz a lenda que a Lua era um deus que namorava as mais lindas jovens índias e sempre que se escondia, escolhia e levava algumas moças consigo. Em uma aldeia indígena, havia uma linda jovem, a guerreira Naiá, que sonhava com a Lua e mal podia esperar o dia em que o deus iria chamá-la.

Os índios mais experientes alertavam Naiá dizendo que quando a Lua levava uma moça, essa jovem deixava a forma humana e virava uma estrela no céu. No entanto a jovem não se importava, já que era apaixonada pela Lua. Essa paixão virou obsessão em um momento onde Naiá não mais queria comer nem beber nada, só admirar a Lua.

Numa noite em que o luar estava muito bonito, a moça chegou à beira de um lago, viu a lua refletida no meio das águas e acreditou que o deus havia descido do céu para se banhar ali. Assim, a moça se atirou no lago em direção à imagem da Lua. Quando percebeu que aquilo fora uma ilusão, tentou voltar, porém não conseguiu e morreu afogada.

Comovido pela situação, o deus Lua resolveu transformar a jovem em uma estrela diferente de todas as outras: uma estrela das águas – Vitória-régia. Por esse motivo, as flores perfumadas e brancas dessa planta só abrem no período da noite.

A Cuca




A Cuca é sem dúvida, um dos principais seres do folclore brasileiro, principalmente pelo fato do personagem ter sido descrito por Monteiro Lobato em seus livros infantis e em sua adaptação para a televisão, o Sítio do Pica-Pau Amarelo. A Cuca se originou através de outra lenda: a Coca, uma tradição trazida para o Brasil na época da colonização.

Segundo a lenda, a Cuca é uma velha feia que tem forma de jacaré e que rouba as crianças desobedientes, sendo usado por muitas vezes como uma forma de fazer medo em crianças que não querem dormir.
O bicho-papão


O bicho-papão é uma figura fictícia mundialmente conhecida. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro fictício à contradição ou desobediência da criança em relação à ordem ou conselho do adulto.

Desde a época das Cruzadas, a imagem de um ser abominável já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçulmanos projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-ric vem buscar-te”.

A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. No Brasil e em Portugal, é utilizado o termo “bicho-papão”. Nos Países Baixos, o monstro leva o nome de Zwart Piet (Pedro negro), que possui a tarefa de pegar as crianças malvadas ou desobedientes e jogá-las no Mar Negro ou levá-las para a Espanha. Em Luxemburgo, o bicho-papão (Housecker) é um indivíduo que coloca as crianças no saco e fica batendo em suas nádegas com uma pequena vara de madeira.

Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do monstro.


CONTOS AFRICANOS


O Porco e o Milhafre


O Porco e o Milhafre eram dois inseparáveis amigos. O porco invejava as asas do Milhafre e insistia contínuamente com o amigo para que lhe arranjasse umas iguais para voar também.

O Milhafre dispôs-se a fázer-lhe a vontade. Conseguiu arranjar penas de outra ave e, com cera, colou-as nos ombros e nas pernas do seu amigo Porco. Este ficou radiante e começou a voar ao lado do seu amigo Milhafre.

Quis acompanhá-lo até às grandes alturas, mas a cera começou a derreter-se com o calor e as penas foram caindo uma a uma. À medida que as penas se despegavam, ía o porco descendo, contrariado. Quando as penas acabaram de se soltar, o porco caiu e bateu no chão com o focinho. E com tanta força bateu, que este, ficou achatado.

Zangou-se o Porco com o Milhafre dizendo que tinha querido matá-lo, porque grudara mal as asas.

Desde essa ocasião deixou de ser amigo do Milhafre e, quando o vê pairar no alto, dá um grunhido e olha para ele desconfiado. E aqui está a razão porque o Porco tem o focinho achatado e nunca mais quis voar.



O Leão e o Coelho


O Leão gostava de uma rapariga muito bonita. Decidido a casar, foi falar com os pais dela para obter o consentimento.

Os pais concordaram com o namoro, mas puseram uma condição ao Rei da Selva: que lhes trouxesse dois coelhinhos. O Leão aceitou.

Não tardou o Leão a encontrar o que pretendia - dois daqueles animaizinhos que estavam sós. Meteu-os dentro de um saco e dirigiu-se imediatamente para casa dos futuros sogros.

No caminho encontrou o Coelho, e pediu-lhe o acompanhasse para o ajudar a fazer a entrega do dote. O das grandes orelhas acedeu ao convite. Durante a viagem, o Coelho, animal esperto e muito curioso, resolveu averiguar o que o Rei dos animais levava no saco. Serviu-se então de um truque, fazendo um pedido:

-Senhor Leão, deixe-me ir fazer necessidades.

-Vai lá!

O Coelho aproveitou-se da ocasião e levou o saco consigo. Ficou muito espantado, quando viu os seus dois filhos lá dentro.

Decidiu vingar-se. Tirou os dois coelhinhos e encheu o saco com um enxame de abelhas. Chegados a casa dos futuros sogros do Leão, este disse ao Coelho: -Amigo Coelho, podias sair por um bocado, pois queria tratar de uns assuntos particulares com estes senhores.

-Com certeza, senhor Leão, eu saio, mas não será melhor fechar bem a porta e até amarrá-la para que eu não oiça as vossas importantes conversas?

A sugestão foi bem aceite e o Coelho amarrou, por fora, a porta, com cordas muito fortes. O Rei da Selva, abriu o saco, para que os futuros sogros vissem os dois coelhinhos. As abelhas começaram à ferroada a todos os que se encontravam dentro da casa.

O Coelho regressou ao seu buraco, contente por ter salvo os filhos.

 
A Lagarta e o Sapo


O Sapo invejava à Lagarta a pele tão brilhante, tão luzidia. Dizia-lhe:

-Como é que tu fazes para andar sempre tão bonita? Não dás uma receita para que a minha pele, que é baça e rugosa, fique como a tua?

A Lagarta prontificou-se:

-Porque não? Ora ouve…

E começou a explicar:

-Deitas azeite numa panela que pões ao lume. Depois…

-Já sei! Já sei! - gritou logo o Sapo, retirando-se aos saltos, sem querer ouvir mais.

Assim que chegou a casa, deitou azeite numa panela, e logo que o azeite começou a ferver - zás! - atirou-se lá para dentro.

Escusado será dizer que a pele do Sapo, em vez de ficar brilhante e bonita como a da lagarta, ficou ainda mais feia do que era, toda cheia de bolhas.

Tudo devido à sua vaidade e impaciência.

A Hiena e a Tartaruga


A Tartaruga estava aflita porque se sentia perseguida pelo fogo do capim que estava a arder. Nisto passa a Hiena, e a Tartaruga pede-lhe:
- Amiga, tenha pena de mim, porque se o fogo me apanhar não sei o que hei-de fazer e não posso andar depressa.
A Hiena riu-se e foi-se embora.
Passado puco tempo chega o leopardo e a Tartaruga apresenta-lhe o mesmo pedido. O Leopardo agarra na Tartaruga, coloca-a no galho duma árvore, e depois de fogo passar veio tirá-la para o chão.
- Agora deixa-me agradecer-te pela bondade que tiveste comigo.
A Tartaruga, com as suas mãos e misturando a cinza com um pouco de água, aproximou-se do Leopardo e disse:
- Tu tens bom coração e também o teu corpo deve andar bonito.
Fez-lhe umas malhas negras em todo o corpo e este ficou bonito.
A Hiena encontrou o Leopardo e, admirada, perguntou:
- Amigo, onde encontraste esse bonito casaco?
O leopardo respondeu-lhe:
- Foi a minha amiga Tartaruga que mo deu.
A Hiena foi então ter com a Tartaruga e pediu-lhe que lhe desse um casaco igual. Como antigamente o Leopardo e a Hiena eram da mesma cor, a Tartaruga começou a dizer:
- Como tu és feia, também o teu casaco deve ser feio.
Com a cinza fez-lhe riscos feios em todo o corpo e a Hiena saiu toda envergonhada.





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